Ponta a ponta de Portugal, numa estrada nacional
Estão a ver aqueles mecânicos da esquina, que resolvem tudo à martelada? Pronto, o plano para esta viagem foi mais ou menos assim, à martelada.
Foi algo do estilo:
– Temos agora duas semanas de férias. O que vamos fazer?
– Sei lá?! Vamos fazer a N2, se calhar? Já que temos o 3ª evento do Overland Portugal Club, em Avis, mesmo a meio da viagem, porque não juntar os dois?
– Bora lá então!
História da N2
Antes de mais, vamos falar da nossa N2 (Nacional 2), Portuguese route 66 para os turistas.
Indo a página oficial, ficamos a saber que a N2 é a estrada nacional mais comprida em Portugal, com cerca de 738 km de extensão. Sendo o KM 0 a norte, em Chaves, e o KM 738 a sul, em Faro. Pesquisando mais um pouco, porque a fonte anterior é um pouco “curta” relativamente a parte histórica, descobrimos esta página, mitica2, onde a informação é mais vasta. Ficamos a saber que sua existência data de 1944 (plano rodoviário em 1945), e atinge a sua extensão máxima na década de 70. Nasceu da fusão de algumas estradas reais, sendo que a sul, ainda encontramos a designação de ER2 (Estrada Real 2). Nasceu para evoluir a zona interior, dotando-a de uma infraestrutura rodoviária para agilizar o comércio, impulsionando assim a economia local. Infelizmente para a N2, em 1985 e 1998, decidiram “modernizar” Portugal com o dinheiro “grátis” dos fundos Europeus, e limparam uns quantos troços da nossa N2, tornando-a numa confusão em algumas zonas (como por exemplo em Penacova, onde deu origem ao IP23, destruindo a N2 naquele local). É o que temos, mas com a fama que a N2 está a ter ultimamente, acreditamos que acabaram as machadadas e irá começar a preservação da mesma. Após percorrer a N2, irá perceber porque devemos manter e estimar a mesma, criando alternativas, se necessário, em locais pontuais.
Porquê fazer a N2?
Porque fomos fazer 738 KM numa nacional, quando podíamos ir na A1, A13 e A2 para molhar os pés no Algarve?
Aqui vão os 4 motivos principais:
Primeiro, porque somos forretas, algum dia íamos de autoestrada, pagar classe 2, a 100km/h de Aveiro ao Algarve? Naa.
Segundo, porque somos curiosos, e queríamos ver de que se trata este burburinho à volta da N2.
Terceiro, queríamos testar a nossa resiliência em viagens mais compridas (chegou a haver apostas de em quanto tempo nos chateávamos uns com os outros (Filipe; Maria, e FerdinandUMM), mas perderam todos a aposta!
Quarto, teste à tralha a levar numa viagem mais comprida, e comprovarmos realmente que conseguimos levar tralhas que não vieram a ser precisas, e deixamos em casa o que veio a ser necessário…. Para a próxima, é simples, é fazer ao contrário.
Vamos embora começar o passeio,
Dia 0
Viagem para Chaves
Saímos de Aveiro por volta das 18h, depois de deixar a Safira na ama ( A safira é a nossa gata preta de estimação, que ainda não gosta de andar de carro…Ainda… vamos tentar aos poucos ver se ela se habitua, e por isso cravamos a Madrinha do Filipe para tomar conta dela), depósito cheio…1,994€/litro… Até vem as lágrimas aos olhos. Pensamento positivo, no interior, o gasóleo deve ser mais barato!
Tudo tranquilo até chegarmos à subida do Marão, noite escura, em que do nada se ouve um puf seguido de pfiuuu sempre que se acelerava… Tubo roto? O UMM continua a puxar bem, nada de mexidas nos manómetros da temperatura… Encostamos num parque de serviço e toca a ligar ao Dr. UMM, o Bruno Silva da TerraX4, e depois de uns momentos a coçar a cabeça, descobriu-se que era o tubo do manómetro da pressão do turbo que se tinha desengatado junto ao manómetro… Sorte de principiante, ao arrumar as tralhas para meter dentro do jipe, o Filipe encontrou uma fita zip, que enfiou numa maleta dentro do UMM. Bendita fita, a única que levamos, e teve logo uso no primeiro dia de viagem!
Chegada a Chaves, passava das 22h, pesquisamos na aplicação park4night de um local para encostar a chibanga e dormir, e logo ali começamos a perceber que esta aplicação manda uns tiros ao lado (ou pelo menos quem mete lá a info), e acabamos por seguir a estrada ao longo do rio, e arranjamos um cantinho para passar a noite.
Dia 1
Chaves
Alvorada às 6h, e lá seguimos para o centro da cidade. Passear a pé pela parte velha da cidade, ruas bem cuidadas, muitos edifícios em restauro, é uma cidade bem agradável e ainda fomos lavar as trombas à fonte de água quente das termas, a água é mesmo escaldante.
Fomos provar o famoso pastel de chaves na pastelaria tradicional Maria. A Maria foi à pastelaria Maria comer um pastel, ah pois!
Antes de iniciarmos o Km 0 fizemos um pequeno desvio para visitar o castelo de Monforte, que tem acesso por estrada de terra. Junto ao castelo, tem um parque de merendas, mas parece um pouco abandonado.
Voltando à rotunda e que comece o Km 0, foto da praxe (Se houver algum fotógrafo a querer fazer uns dinheiros, basta lá estar de plantão, que ainda é capaz de ganhar o dia), próxima paragem Vidago.
Vidago
Logo à entrada, vem um segurança ter connosco… Bem, lá vem tarifa para entrar… Mas não, entrada grátis, e veio apenas dar-nos umas indicações, que não se podia usar máquina fotográfica, mas não havia problemas com telemóveis…bizarro. E que a visita tinha duração de 30 min, mas como não havia muita gente, podia-se sair após os 30 min e voltar a entrar…bizarro x 2. Parque bastante interessante, jardins bem cuidados, uma sinfonia de rãs a acompanhar a visita, e com as construções típicas do início do século passado. Quanto ao majestoso Hotel, inaugurado em 1910, bem, leva-nos a imaginar o que era ser parte da nobreza naqueles tempos… Certamente seria melhor do que ir para o campo vergar a mola antes do sol nascer. No entanto, falha nossa, não conseguimos provar a água da fonte. Tivemos que nos contentar com a água do Carvalhal que trouxemos na geladeira.
Pedras Salgadas
Fomos visitar o parque e aqui conseguimos beber um shot de água com gás. O parque foi criado após a descoberta das fontes de água, cujas propriedades foram usadas pelos locais para tratamento de males do aparelho digestivo. O parque é servido por hotéis e eco houses (conceito moderno de casas de árvores, que mais parecem naves extraterrestres que vieram visitar o parque). Interessante saber que antigamente, o casino operava mesmo sendo proibido o jogo do azar. Ainda fomos cheirar o museu, mas estava para fechar. Fica a indicação que custa 6€ à cabeça.
Castelo de Aguiar
Mais um desvio atrás de um castelo, e desta vez, foi ao Castelo de Aguiar, onde aproveitamos para fazer um almoço em jeito de piquenique. Existe uma casa de banho pública junto ao caminho que vai dar ao castelo. Vale a pena o desvio, para ver o castelo e não a casa de banho obviamente! Acerca do Castelo, que data de cerca do século IX / X, podemos dizer que o acesso é cativante, mais concretamente, fixe! O castelo situa-se no alto de uma fraga granítica e para o alcançar temos que serpentear pelo meio das pedras, e dos carvalhos.
Vila Real
Vila real foi para esquecer, devido à prova de automobilismo de Vila Real, as estradas estavam em obras, confusão total e para ajudar à festa era dia de feira, mais estradas fechadas. Nem aos passadiços de Corgos conseguimos chegar (fazer toda a cidade a pé não conseguiríamos cumprir o objectivo do dia. É o que faz viajar com um plano milimétrico). É pena, tínhamos alguns pontos de visita, como por exemplo a Casa de Diogo Cão, museu da Geologia e o Alto do Calvário que terão de ficar para uma próxima investida à cidade.
Ainda tentamos o Palácio de Mateus, mas o valor da entrada (10€ somente para o jardim à cabeça) fez-nos pensar melhor na vida, e seguimos caminho. Daqui até à Régua, a Nacional 2 é um regalo para os olhos, com a paisagem do Douro Vinhateiro a perder de vista. Paramos em vários miradouros junto à nacional para tirar fotos e apreciar as vinhas alinhadas.
Régua
Chegamos à Régua, e fomos directos a um estacionamento para auto-caravanas. Paga-se 3 euros e tem se direito a electricidade e despejos, mas tínhamos direito a casa de banho até às 20h, hora de fecho do café. À noite, fomos dar uma volta a pé pela vila. Não se explorou muito, que a mesma vila está nos planos futuros da rota do Douro (não percam os próximos episódios, porque nós também não!).
Dia 2
Acordamos cedo e com o dia a ameaçar de chuva, mas segue que este dia vai ser puxado.
Barragem da Varosa
Há coisas do catano, fomos naquela de ver mais uma barragem e assim que chegamos, vimos um Pajero a descer por uma estrada estreita e inclinada. Andamos nas fotografias, e decidimos ir ver onde dava aquela estrada estreita (visto que o UMM tem um raio de brecagem ridículo, sempre que nos enfiamos em ruelas, vem suores frios pela espinha abaixo), e reparamos que ia ter a um passadiço / miradouro, e lá fomos. Descobrimos este local puramente por sorte.
Capela de São Pedro
Para chegar à capela, passamos por uma ponte antiga e depois viramos a direita e entramos numa aldeia típica com casas de pedra e lá paramos em frente à capela. Ao voltar, estavam uns senhores numa plantação de cerejeiras a gesticular e a dizer algo… Não percebemos muito bem, se calhar íamos a perder peças pelo caminho. De volta a N2 e pumba, UMM foi-se abaixo… Maldito depósito que teima em querer guardar para ele os últimos 15 litros, deve ser para investir mais tarde, visto que o preço está sempre a subir. O facto do chupador do depósito não conseguir apanhar os restantes 15L aliado a um manómetro certo como um relógio avariado, faz com que a partir do momento em que a agulha bate no último quarto de depósito seja um jogo de roleta russa. Um sentimento que nos assombrou no restante da viagem.
Lamego
Em Lamego, notou-se que o tempo é algo que desaparece rapidamente, deve ser da mesma família do dinheiro e do gasóleo. A cidade tem bastante para ver e desfrutar.
Fomos subir a escadaria do Santuário Nossa Senhora dos Remédios, sendo que em parte tivemos que desviar nos para o parque, visto estarem em obras. O desvio valeu a pena, não tínhamos noção do parque junto à escadaria. Fica a dúvida agora, ir pelas escadas, e manter a tradição, ou ir pelo parque e contemplar a beleza verdejante?
Dali, voltamos para trás e subimos ao Castelo, e fomos surpresos por ter entrada grátis, e ali fomos aconselhados a visitar o museu arqueológico (também grátis), onde fomos recebidos pelo recepcionista, que nos explicou tudo direitinho, que o museu deveu-se a um mero acaso devido a obras de recuperação de uma casa antiga em 2011, onde encontraram um tesouro (+ de 600 moedas de prata que abrangem várias épocas, sem dúvida de um colecionador, que provavelmente fugiu quando Lamego foi invadida pelos visigodos – para os mais impressionáveis, avisamos desde já que tem direito a esqueleto à vista) e ainda nos informou que deveríamos ir a Cisterna (também entrada grátis), mas infelizmente, já estava na hora da pausa para almoço, e tínhamos que seguir a viagem de tarde. Ainda passamos pela Catedral, mas estava fechada, ao que pareceu, em restauro. Lamego merece outra visita sem dúvida.
Mézio
Paragem no Mézio para dar um pulo até à Ervital. Empresa de chás biológicos. Após demonstração do local da parte do simpático proprietário, fomos à mini loja e compramos alguns artigos. Os mesmos podem ser comprados através do site www.ervital.pt.
Ali ao lado, no parque de merendas, aproveitamos para um almoço rápido, Bôla de Lamego (que compramos em Lamego, já a contar que o tempo iria ser curto para almoçar) e que boas que eram.
Cascata da Pombeira
Cascata da Pombeira foi uma daquelas maluquices que às vezes compensam. Apesar do acesso ser pelo mato, com silvas a decorar o caminho, e com sinalização do percurso (passa por lá um percurso pedestre) a enganar na zona final, lá chegamos à cascata. Dá para ver, que a zona foi preparada para o pessoal praticar escalada, mas pelo estado da vegetação, não deve ter muito uso.
Baloiço do Cavaleiro
Já que andamos em aventuras, que tal ir ver isto do baloiço e do coração. E lá fomos… Eh lá, isso fica ali em cima…é por aquela subida que devemos caminhar? Diz a Maria… Vamos lá, diz o Filipe. Abençoado quem teve a ideia de deixar lá uma corda, sempre ajuda a subir e a descer!
Termas do Carvalhal
Seguimos em direcção às Termas Carvalhal, já filados numa hidromassagem ou banho de imersão, depois da estiva das caminhadas já no pêlo… Grande pontapé na atmosfera, tudo fechado. Estávamos tão alunados com a hidromassagem, que ficamos à porta, tocando à campainha durante praí 30 min, sem vir ninguém para abrir, até que começamos a pensar… Se calhar, isto está fechado? Valeu pela contemplação de um animal em vias de extinção, uma cabine telefónica!!
Museu do Quartzo
Decidimos parar no museu do Quartzo, erguido na zona onde se realizaram as escavações, breve explicação dos conteúdos do museu pelo jovem, que nos recebeu, entrada gratuita, música para os nossos ouvidos. O museu vale a pena a visita para quem gosta de ver pedras brutas e algumas polidas, e com bastante informação. É um museu pequeno, mas gostamos.
Viseu
Estacionamos junto ao Viriato e seguimos em direcção ao funicular que não estava em funcionamento, tinha dado um jeitaço. Pelo mapa, o Filipe pensava que o centro histórico ficava numa cota abaixo de Viriato, mas na realidade, ficava acima (já dizia o outro, a realidade aleija).
Lá seguimos com o calor que estava, rampa acima em direcção à catedral e ainda tivemos direito à badalada de sinos da igreja (vitória!)
De seguida, fomos caminhar um pouco pelas ruas históricas, a rua direita e rua formosa em direcção à Praça da República, ou Rossio, voltamos para trás por um caminho diferente, e paramos numa loja de gelados artesanais, bem bom, apesar que devido ao calor, até um cubo de gelo espetado num palito, sabia bem!
Antes de seguirmos viagem fomos ao Parque do Fontelo, o parque ocupa uma área de 10 hectares de abundante vegetação, árvores centenárias e diversas aves. Aqui a Maria perdeu-se atrás dos pavões.
Já se fazia tarde e ainda tínhamos muita estrada pela frente, mas aquele parque deixa um sentimento de, soube a pouco.
Santa Comba Dão
Paramos para algo diferente, visitar uns passadiços no meio da vila. Foi muito engraçado e valeu a pena as voltinhas para arranjar estacionamento. Entretanto, ainda passamos pela ponte submersa. Não tem muita sorte esta ponte, que foi cortada em 1810, durante a invasão francesa, voltando a ser edificada mais tarde, em 1825, para agora ser submersa.
Livraria do Mondego
Passagem non-stop para apreciar a Livraria do Mondego. Fica a informação que não tinha livros do Batman…curioso…
Entre Castro Daire e Penacova, andamos meio às aranhas. Primeiro porque a N2 desaparece e converte-se num IP, e depois na tentativa de conseguir apanhar o máximo de N2 antiga, o Filipe e o Garmin Basecamp não se entendem bem, e não se seguiu o trajecto idealizado. A ter em conta, que a sinalização naquela zona é meia para o esquisito.
Praia Fluvial do Reconquilho
Paragem do dia no campismo junto à praia fluvial Reconquilho para descanso e o desejado duche (obrigadinho Termas do Carvalhal!). Zona bastante calma, e com rede móvel.
Ainda deu para alimentar o ego portuga, quando dois amigos estrangeiros, em viagem, gabaram o nosso país, dizendo que alteraram os planos para permanecer mais tempo por cá.
Dia 3
Terceiro dia de viagem seria para começar cedo, mas acabamos por sair às 11h do campismo, aproveitamos para descansar um pouco as pernas e aproveitar a praia fluvial.
Penedo do Castro
Em Penacova, para quem não conhece, e vai atrás do GPS, aquele instrumento que quando é necessário, engasga-se, perde o norte muito facilmente naquelas ruelas, e sentidos proibidos. Mesmo assim, ainda conseguimos descodificar onde ficava o Penedo do Castro
Moinhos do Gavinho
Já que estamos aqui, porque não ir visitar os moinhos,a Maria gosta deles. E lá fomos
Passadiços do Ceire
Ponto de atracção descoberto pela Maria e que obrigou o Filipe a andar à batatada com o Garmin Basecamp para conseguir enfiar no roadbook à última da hora. Valeu a pena ter queimado os pirulitos com o Garmin, que acabou por dar em nada e teve que aldrabar o sistema.
Ao ler o letreiro, 600m para cada lado, tranquilo…pois, mas faltava o declive!!
Lá, temos 2 placas onde conta duas histórias relativamente àquele sítio, uma de um casal, e que supostamente, ainda se ouve a voz da rapariga à noite, e outra de uma santa que lixou lá um artista que tinha a mania que era dono daquilo. Não vamos contar as histórias, toca a lá ir visitar!
Cabril do Ceire
Dos passadiços, dava para ver lá no fundo, junto ao rio, um grupo de pessoas. Ficamos curiosos e acabamos por descobrir a Garganta do Cabril do Ceire. Boa descoberta, vale mesmo a pena a visita, principalmente para refrescar depois de suar nos passadiços do Ceire. Bons mergulhos, água geladinha. Tem lá uma gruta que se pode visitar.
Góis
Paragem em Góis para apreciar a praia fluvial. Dali, subimos até à capela, onde por mero acaso reparamos que fizeram uma cruz de santiago num mato do outro lado do vale. Pormenor engraçado
Pedrogão Grande
Em Pedrógão Grande foi o local das desventuras. Primeiro, ao chegar, não conseguimos seguir na N2, visto estarem em obras e de repente estávamos meios perdidos no centro. Depois queríamos ir a um supermercado, e com as obras, andamos às voltas tipo Andorinhas tontas, até dar com o Minipreço. Após as compras, fomos em busca do parque de estacionamento das autocaravanas, que fica junto à praia fluvial, e jantamos por lá.
Durante o tempo que estivemos, apenas chegou mais uma autocaravana, mas topou a zona e logo se pôs a andar… Pensamos nós, se calhar há algo aqui que não está bem. Então fomos procurar um local mais sossegado (aquele parque fica numa estrada de passagem, um bocado desassossegado). E lá fomos nós dar uso às 4×4 do UMM. Assim que paramos, para verificar se seria um bom local para pernoitar, passa a GNR por nós de pick up. OK, está visto que por aqui, a ronda é geral. Se calhar é melhor chimpar uns Euros para o parque de campismo… Fechado!… Seguimos até Pedrogão Pequeno, e sem querer demos com um local fantástico para ficar, junto ao Moinho das Freiras. Engraçado, mais abaixo, num patamar, estavam 2 casais alemães também a pernoitar (às vezes ficamos espantados como se descobre sítios aqui no nosso Portugal pouco falados, mas que estrangeiros já conhecem).
Dia 4
Mas como Pedrógão Grande ainda não nos tinha dado a benção para irmos embora, logo pela manhã, o UMM não pega… Pelo aspecto do local, estaríamos próximos onde Judas teria perdido as botas, teríamos que tentar empurrar o UMM até à descida para pegar de empurrão (a Maria nem queria acreditar no que o Filipe estava a pensar, “como assim!?! Empurrar o jipe só nós os dois)… Fácil dizer, difícil de executar, antes da descida milagreira, existia uma ligeira inclinação desfavorável, que mal se notava a olho nu… mas caramba, demos bem por ela ao empurrar o Ferdinandumm… Vai ter que fazer uma dieta, que o bicho está pesado! Lá conseguimos, pequeno almoço com o Ferdinadumm a trabalhar… Não, que podia não pegar novamente e já não havia forças para empurrá-lo novamente, após isso, voltamos a Pedrógão Grande, a uma bosch car service meter uma bateria nova para seguir viagem.
Ponte Filipina
Após a troca da bateria, toca a voltar a Pedrógão Pequeno e lá fomos visitar a Ponte Filipina, foi construída durante o século XVII, para substituir uma antiga ponte de madeira de origem romana que ligava as duas margens do rio Zêzere. Com a construção da Barragem do Cabril, a ponte deixou de ser usada, agora é um ponto turístico. Existe lá um percurso pedestre que parece ser agradável ao longo do rio, fizemos parte dele, um local muito bonito.
Castelo Sertã
Este deu luta para encontrar. Mais uma vez, obrigadinho GPS / Garmin Basecamp. No entanto, após uma caminhada, e pedido de indicações numa mercearia à moda antiga, lá demos com o castelo.
Da parte de trás do castelo, dá acesso ao topo da torre.
Centro geodésico de Portugal
Fomos numa de curiosidade para ver o tal ponto geodésico, e saímos de lá com 2 potes de mel num saco e 2 fatias de bolo feio no estômago (bolo feio é só de nome, é delicioso). Bom negócio!
Alto do cruzeiro
Momento 4×4 só para alegrar o Filipe e traumatizar a Maria. O Filipe e o Ferdinadumm gostam de andar aos saltos, a Maria não gosta. Mas como somos uma democracia, 2 contra 1, saltos para a frente! É um cruzeiro com mau acesso, que acaba por ser um miradouro para a cidade.
Água Formosa
Desvio da Nacional 2 para ir à aldeia de xisto Água Formosa com casas muito bem recuperadas, visita à aldeia e mais um almoço rápido, saladinha fit :).
Arranca que a subida é grande de volta à N2. Já passaram por aquele momento, em que começam a ver quilômetros a passar, com subidas assim para o “mete 2ª mas é”, e vem-vos um pensamento à cabeça, tipo, se calhar devia ter posto combustível na paragem anterior? Não quisemos meter gasóleo na Sertã por achar que estava caro…O Filipe já suava de pensar que tinha que empurrar novamente o Ferdinadumm por causa de 2 euros!
Passadiços Penedo furado
Ok, confessamos, fizemos batota nos passadiços. Não os percorremos na totalidade. Paramos no baloiço, para as instagram fotos e depois, seguimos em direcção à praia fluvial, e dali apanhamos o passadiço e fomos directos para as cascatas, evitando assim a subida vertiginosa até ao baloiço, com os trinta e tal graus não dava para mais. Somos malucos, mas ainda estamos no nível 1. Ainda sem bombas de combustível à vista…
Moinhos de Entrevinhas
Voltamos à estrada e finalmente, bombas de combustível! Junto ao corte para os moinhos de Entrevinhas (que estava na lista para visitar), desvio para as bombas. Por momentos, pensávamos que íamos ter mais uma peripécia por resolver. Depósito atestado e segue lá ver os moinhos.
Sardoal
Vila pitoresca, integra a Rota da EN2, com uma localização privilegiada, encontrando- se na confluência de três regiões, Ribatejo, Alentejo e Beira Baixa, às quais foi buscar a sua identidade cultural.
Abrantes
Em Abrantes, queríamos visitar o Castelo, mas já estava fechado quando chegámos a Abrantes, aproveitamos a paragem para fazer as compras para o fim de semana do encontro Overland em Avis.
À saída, foi caricato. Mais uma vez, GPS a fazer das suas. Na saída da cidade, para apanhar novamente a N2, não é que o desgraçado nos manda atravessar o hospital, entrando pela entrada principal, e saindo pelo parque de estacionamento nas traseiras? Foi uma cena muito estranha…
Seguimos para a Barragem de Montargil onde jantamos tranquilamente.
Daqui fomos para Avis onde ficámos o fim de semana, em modo Festival Overland, tempo para descansar o corpinho e dar uma pausa ao Ferdinanduum.
Dia 5
Saímos do campismo de Avis no domingo ainda na parte da manhã, voltando à N2, paramos novamente na Barragem de Montargil para umas fotos e contemplar o local, que é fantástico…
Mora
Paragem obrigatória! Passadiços e fluviário! Os passadiços ficam junto à praia fluvial do Gameiro e o fluviário fica mesmo ao lado. Vale mesmo a pena.
Hora de paragem para almoço, procurar por uma sombra em pleno Alentejo com 39ºC não é fácil, lá encontramos um local de pescadores que deu para montar a barraca com meia sombra.
Depois do almoço, já que tínhamos comprado o bilhete no fluviário, dando desconto, foi-se visitar o Museu Interactivo do Megalitismo
Brotas
Vila típica do pacato Alentejo, onde o ritmo é mais tranquilo, mesmo tranquilo… não se encontra viva alma na rua, também com aquele calor só os malucos andam fora de casa. Fomos ao ponto de interesse o Santuário de Nossa Senhora de Brotas (para não variar, fechado),reza a história que este Santuário se deve a uma lenda acerca de um milagre e foi com a construção deste santuário que nasceu também a vila Brotas.
Monte Selvagem
Fisgados na visita do Monte Selvagem, onde o ajudante do bolso, google, dizia encerrar às 17h, lá chegamos às 15h30 para bater com as trombas no portão… Pelos vistos, apesar de fechar realmente às 17h, as bilheterias fecham às 15h, sendo que não é possível entrar após… Boa Mike, ganda finta que levamos!
Montemor-o-Novo
Ao entrar em Montemor, lembramo-nos que era a cidade onde mora o presidente do clube UMM: Alô? Alô? Onde estás? Lá fomos em direcção ao castelo, enquanto ele voltava de uma viagem de Lisboa.
Entramos pela Porta da Vila com o brasão de armas manuelino, subimos a torre do sino e percorremos o que seriam as ruelas nos tempos medievais. A localização do castelo dá-nos uma vista abrangente da zona. No entanto, a indicação das casas de banho parece ser uma partida feita por alguém com humor, visto que nem vê-las.
Sendo que depois, tivemos direito a visita guiada pela cidade, no entanto, ao domingo, não há tascos para ninguém, bebam águinha da fonte que faz bem. Montemor-o-Novo é a simbiose perfeita entre o passado e o presente, mantém se humildemente enorme até ao dia de hoje, cidade que se desenvolveu a norte do Castelo.
Gruta do Escoural
Gruta do escoural, o que dizer… batemos com o nariz na grade, fechado. Próxima vez pesquisar melhor
Albufeira de Vale de Gaio
Chegada ao final da tarde, encontrar local para pernoitar, mais do mesmo (próxima viagem meter a pernoita no roteiro). Lá nos metemos por uma ruela que foi dar a este local fantástico. Aproveitamos para jantar ao pôr do sol… Ai que romântico! E depois, toca a montar a tenda num local mais resguardado para dormir… Bem, a meio da noite, cagaço total. Acordamos a ouvir uma respiração ofegante! É desta que nos deixam em cuecas e nos roubam o Ferdinandumm! Após respirar fundo, chegamos a conclusão que eram javalis! Fogooooo!
Dia 6
Alvorada com o cantar dos passarinhos, desmontar a tenda, tomar pequeno almoço e voltar à estrada, não há tempo a perder. A Partir daqui entramos no troço da N2 que apetece parar a cada instante para tirar fotos à planície alentejana, ora com os tons castanhos, ora com o amarelo intenso dos girassóis, perdição da Maria.
Torrão
Breve passagem para apreciar as casas brancas e azuis típicas do Alentejo
Aljustrel
Em Aljustrel, paramos para visitar a Senhora do Castelo, onde estivemos à conversa com o Sr. António, um voluntário que costuma estar na lojinha de lembranças durante o dia. Com ele aprendemos que as minas continuam a bombar forte e feio, com cerca de 60 camiões diários de matéria prima (zinco e cobre) a saírem das mesmas.
Também nos aconselhou a visitar o Alentejo em plena Primavera devido às cores com que somos presenteados.
Fomos ao Parque Mineiro um pouco à descoberta, a ver se era algo do tipo Minas de São Domingos, mas não, ainda estão activas. No entanto, estão a qualificar a zona antiga, sendo que realizaram uns passadiços que acompanham o que parece ser a zona onde tudo começou.
Castro verde
Se vão parar no Castro Verde para ver a basílica, podem seguir, a mesma encontra-se em restauro há mais de 1 ano e não há estimativa de quando vai estar concluído (segundo uma empregada que andava a tratar do jardim exterior).
Ermida de São Pedro das Cabeças
Pequena paragem para visitar a Ermida, onde segundo a lenda foi onde se deu a Batalha de Ourique
Almodôvar
Seguimos em direcção a Almodôvar para o almoço numa pizzaria bastante conhecida, e ao estacionar numa ruela, que afinal não se podia estacionar, e que tinha aqueles mecos que ninguém consegue ver a fazer marcha-atrás, pimba, Ferdinadumm com uma amassadela! Eish! Que &%$#@ de azar!
Ponte da Ribeira de Cobres
De barriga cheia e cabeça feita num 8 devido ao embate, lá fomos visitar esta ponte medieval. Se não fosse as coordenadas GPS, nem davamos por ela, apesar de mesmo ao lado da estrada, parece estar meio para o abandonado, e se não formos atentos, passa despercebido.
Fonte da Seiceira
Local onde se pensava que era uma coisa e afinal era outra e altera-se os planos por causa disso. Pensava que era uma fonte, e não uma piscina. Toca a aguardar a pausa do almoço, por em dia a leitura da revista Overland, e splash! Chapa na água! Soube muita bem!!!
Miradouro da serra do caldeirão
Pequena paragem, junto à N2, onde aproveitamos para tirar umas fotos e andar de baloiço.
Fonte Férrea
A Maria já tinha ouvido falar da Fonte Ferrea, mas ao elaborar o plano de viagem, ficou esquecida. Felizmente, fica perto da N2 e ao passar, veio a memória.
Infelizmente, estava tudo seco…
Estói
Pontos de interesse tínhamos o Palácio de Estói e as ruínas romanas de Milreu, não fomos a nenhum. E porquê? Perguntam vocês?
Palácio de Estói, parte do complexo é ocupado por uma unidade hoteleira e acontece que a Maria achou que não se podia entrar e apesar das tentativas do Filipe em demovê-la da ideia, lá se perdeu um grande ponto de interesse.
Ruínas romanas de Milreu, adivinhem… Pois, fechado!
Faro
Chegada ao destino, passamos pela rotunda do km738, mas já tínhamos lido que não era o local original, sendo que este, nem para a foto da praxe dá. Lá fomos atrás do tal ponto de origem, e lá acabamos por encontrar, foto tirada… e relax time. Visitamos a cidade, pela zona antiga, almoçamos e seguimos para o parque de campismo da ilha de Faro.
Dali, fizemos 2 dias de praia, antes de voltar para norte.
Finalmentes
Acabou a viagem mais longa que fizemos até hoje com o Ferdinadumm.
Com ou sem peripécias, foi uma viagem em que aprendemos muito acerca das nossas capacidades (nós os 3), e tendo em conta essa aprendizagem, iremos começar a planear rotas mais compridas.
Acerca da N2, podemos dizer que ainda se nota que não houve um acompanhamento na procura turística, sendo que muitas atracções tem horários curtos, fecham ao fim de semana por exemplo, e parqueamento para caravanas, parques de campismo também não está bem servido a nível de quantidade, a menos que seja para percorrer muitos quilómetros seguidos.
Sobre as atracções, é estranho em certos lugares não pedirem nada para entrar, e noutros, parece que nos apontam uma pistola à carteira. É que 6 – 10€ de entrada, numa viagem em família, é logo um rombo…Tudo que custasse mais que 4€, optamos por não ir (No fluviário de Mora, pagamos 8,80€, mas incluía a visita ao museu arqueológico, e falavam muita bem do fluviário).
Nota: O Ferdinadumm já se encontra no chapeiro, para se por bonito novamente. Infelizmente, não podemos escrever no final que nenhum UMM foi danificado na produção desta viagem.