Mas sem Samba, e sem bailarinas em bikini!
Como é Carnaval, ninguém leva a mal, e por isso, cá estamos nós novamente!
Objectivo deste fim-de-semana Carnavalesco? Lazarim.
E porquê Lazarim? Porque é um dos entrudos mais genuínos de Portugal, onde as estrelas são as máscaras de madeira esculpidas pelos artesãos da aldeia, verdadeiras obras de arte.
E já que andamos pelos lados da Vila de Lazarim, que se encontra encostada à serra de Montemuro, pertencente às Montanhas Mágicas, aproveitamos para conhecer alguns locais da mesma.
Segundo o geógrafo português, Amorim Girão, a serra do Montemuro, a oitava maior elevação de Portugal continental e a terceira maior a sul do Douro, é descrita como “a mais desconhecida serra de Portugal”, mas se ler até ao fim, deixará de o ser, pelo menos para si.
Castro Daire
A história do concelho de Castro Daire perde-se um pouco no tempo, sendo que se desconhece ao certo desde quando é que toda esta área foi ocupada pelo Homem. Sabe-se pelo menos que por alturas do período Neolítico, já o território seria intensamente povoado. Sabe sempre bem uma certa dose de mistério para começar a aventura!
O dia começou bem cedo rumo a Castro Daire, o ponto estratégico deste fim-de-semana. Fomos a acompanhar o nascer do sol, e com algumas peripécias pelo caminho.
Estão a ver aquele sentimento que mal se sai de casa e começam as coisas a andar tortas, e fica-se a pensar se a começar já vai assim, se calhar é melhor ficar no sofá?
Pois bem, logo na primeira curva, o UMM dá sinal de pouca água no reservatório! Ai o gajo, agora para além de beber gasóleo, já anda metido na água também?
Lá chegamos a Castro Daire, sem precisar de tratar do segundo problema com a bebida do UMM, e tristeza do dia, chegamos cedo demais, e não há pastelarias abertas para comprar o famoso bolo podre, para ir enchendo a pança ao longo do dia. Vai ter que servir a quiche e os sumos naturais misturados na hora!
Capela Ermida do Paiva
Depois da tristeza do bolo podre, lá nos fizemos à estrada (N225) que o dia ia ser longo, em direcção à Ermida.
Vistas as nossas peripécias na nossa última viagem, desta vez foi feito o trabalho de casa, e já se trazia os pontos todos de visita num track feito pelo Filipe.
Desta vez fomos mais espertos e levamos 4 GPS, sim 4! 2 GPS Garmin (1 nuvi e 1 Oregon), e os 2 telemóveis (o da Maria com Meo Drive e o do Filipe com Locus Maps)…Bem, os Garmin, ficaram logo KO mal se saiu de casa (1 não lê tracks, e o outro faz-me lembrar que o computador 386 em casa afinal era um avião, porque o desgraçado não consegue acompanhar a velocidade warp a que o UMM se desloca, provocando assim, enganos atrás de enganos nas saídas das rotundas), e não é que o telemóvel do Filipe também começou a armar-se em parvo?
(Maria: “Socorro!!! Ele quer atirar o telemóvel pela janela e ainda agora começámos!”)
Malditas tecnologias, que quando tem mesmo que funcionar, pregam-nos partidas!
Lá se conseguiu meter o Locus Map a funcionar com o track.
A chegada, notamos um aviso de estrada proibida, mas aquela hora da manhã arriscamos, pensando que se tratavam apenas de obras, e o UMM nao tem problema de passar por cima de um ou outro buraco. Bem, neste caso aqui, só com um par de asas é que se conseguiria passar por cima do tal buraco, visto que parte da estrada ruiu, mas mesmo assim, ainda é possível passar, sendo apenas necessário se desviar da parte que ruiu.
A Igreja Românica de Santa Maria da Ermida de Riba Paiva, Ermida do Paiva para os amigos, é um monumento da segunda metade do séc. XII.
Após a visita, percebemos porque é também conhecida por “Templo das Siglas”, visto, que a mesma está cravejada de símbolos esquisitos em todas as pedras das paredes.
Só conseguimos ver o exterior, visto que se encontrava encerrada, e nem sabemos se realmente abre as portas em algum dia do ano. A zona em redor podia estar mais preservada, sendo visíveis ainda as ruínas do mosteiro. Anda por lá um gato preto lindo! Não deve ser o guardião, porque mal nos viu fugiu logo!
Ponte de Cabaços (ou meia ponte)
A ponte de Cabaços, ou devemos dizer a meia ponte de Cabaços, foi construída em alvenaria de granito e apresenta um perfil medieval. Devido a nossa reconhecida capacidade em Portugal de manter em bom estado, o nosso património cultural, apenas restou um arco da Ponte de Cabaços, estando a mesma quase irreconhecível a primeira vista.
Segundo se consta, foi destruída devido a uma cheia nos anos 60, mas não nos admirava nada se neste momento, as pedras da ponte estivessem a servir de muro num jardim qualquer alheio.
Vale a visita e parar um pouco para ouvir a água do rio, é relaxante. Aproveitar enquanto o arco ainda existe.
Aldeia de Nodar
O caminho até aldeia de Nodar tornou-se complicado quando decidimos ouvir as imbecilidades do GPS. A mistura de caminhos estreitos com um UMM de fraca brecagem, levou-nos a alguns suores frios em Parada de Ester, mas valeu as peripécias, e não deixamos marcas da tinta cinzenta do UMM em lado nenhum.
Com uma praia fluvial muito agradável, as casas na sua origem são de xisto, mas com algumas casas a destoar a traça original.
Na subida decidimos fazer um desvio ao percurso inicial para ver o lugar da Recochina. Após um percurso de terra batida encontramos algumas casas de xisto inseridas num olival. Devido ao uso da placa “PRIVADO” de forma bastante “visível”, leva nos a crer, que não é local para turistas curiosos
Foz do Cabril
A Foz Cabril, é o ponto de encontro entre o rio Tenente e o rio Paiva.
Este local é uma praia fluvial de pedras. Tem parque de merendas e infra-estruturas de apoio, mas abertas só em época balnear. Aqui, em vez de ser atirado o telemóvel pela janela, ia sendo a batedeira portátil!
Toda a expectativa em torno do novo gadget, uma batedeira portátil para realizar os sumos naturais em viagem, e não é que o raio da bugiganga não consegue mastigar a cenoura e a beterraba, juntamente com a maçã? Bem parecia que o dia era para correr mal! Ainda bem que tínhamos as tostas na mala.
Após uns mails engraçados com a marca da batedeira, chegou-se a conclusão que a mesma é feita para funcionar de pernas para o ar…Esta não estávamos à espera. O Filipe bem a quis atirar ao ar, quase que adivinhava como funcionava.
Minas de Moimenta
Nas Minas de Moimenta, localizadas no vale do rio Tenente, explorou-se volfrâmio e estanho, uma vez que esta zona se encontra inserida em jazigos de volfrâmio que se distribuem desde a Galiza até Castela, atravessando o norte e centro de Portugal.
Assim como as Minas de Rio de Frades e Regoufe, as Minas de Moimenta tiveram grande impacto económico nestes lugares remotos da serra do Montemuro, tendo a sua exploração atingido o seu pico durante a Segunda Guerra Mundial.
Iniciamos o PR junto à capela. Partiu-se do princípio que seria aqui o ponto de partida, através do google earth. Não podíamos estar mais errados. Apesar de este ser mais curto, existe um caminho mais fácil começando pela aldeia de Moimenta. Por onde fomos, ainda foi-se obrigado a saltar pedras e a realizar malabarismos para não molhar as patas. Ao longo da caminhada, fomos sendo surpreendidos com uma vista fantástica sobre os campos verdes em socalcos, regados pelas levadas, e com o som de fundo da água corrente do rio. Quanto às minas tem uma zona visitável, ao qual aconselhamos muita prudência até chegar a galeria, sendo que a mesma é espantosa.
Aldeia das Levadas
Esta aldeia localiza-se em plena encosta sul da serra do Montemuro. Envolvida pela natureza e banhada pelo Sol durante todo o dia. Um lugar perdido no tempo, constituído por casas em xisto e de granito, espigueiros, calçadas, muros de pedra e símbolos religiosos.
Ficamos apaixonados por esta aldeia completamente abandonada, onde não vive lá viva alma. Toda a aldeia, todos os pormenores nos enchem a vista. Aqui fizemos o piquenique ao som da água e dos pássaros. O outro dizia que queria ir morar para a ilha. Por nós, já nos bastava a Aldeia das Levadas, e uns 3 milhões de Euros para a recuperar. Alguém alinha num Crowdfunding?
Ermida de São Pedro
A Ermida de São Pedro, foi feita em homenagem ao apóstolo de Cristo, e primeiro papa da igreja católica.
E pelo que disseram as nossas orelhas, relativamente ao frio que lá se fazia em cima, acreditamos na teoria que a construção da ermida se deveu ao pedido, por parte da população, da protecção divina de São Pedro, contra as rigorosas condições climatéricas que punham em risco o cultivo.
Segundo informação que obtivemos, a romaria que se realiza em São Pedro do Campo, todos os anos, efectua-se no dia 29 de Junho sendo, a festa mais importante da serra do Montemuro.
Em direcção a Bustelo da Laje ainda tivemos uma surpresa, mesmo ao lado da estrada vimos uma bela cascata, rodeada de moinhos e claro lá paramos para espreitar. Por aqui a agricultura é feita em declives, dando um efeito de escadas verdes.
Bustelo da Laje
Na aldeia de Bustelo da Laje, existe uma curiosa eira formada por uma única laje de granito, de grandes dimensões, sendo de uso comunitário, onde os habitantes partilham tarefas agrícolas como a desfolhada do milho e a secagem dos cereais. Aqui podem ainda visitar as várias sepulturas medievais, duas das quais que se encontram no adro da Igreja Matriz, e um conjunto de calçadas empedradas do período romano.
A nossa atenção focou se na eira comunitária que, pelos vistos, também serve de estacionamento comunitário aos veículos dos habitantes. Por isso, boa sorte a tentar tirar umas fotografias porreiras!
Portas de Montemuro
No limite entre Castro Daire e Cinfães, encontram-se as ruínas da Muralha das Portas do Montemuro, um dos pontos mais altos da serra do Montemuro, a 1213 metros de altitude, revelando-se como um magnífico ponto de observação.
Momento bizarro do dia. A Maria não quis sair do UMM porque estava um calor esquisito lá fora, e então foi o Filipe armado em fotógrafo. Assim que entrou pelas portas adentro, viu algo estranho. Uma mesa com bocados de laranja cortados, um pote de mel, e um saco de sal, e um monte de sacos pretos no chão! Click, click, fotos, e baza dali para fora!
Pico do Talegre
O pico do Talegre é uma elevação rochosa com marco geodésico, e o ponto mais alto das Montanhas Mágicas®, com 1381 metros de altitude. Dizem que daqui avista se várias serras do Norte, vimos muitas, mas a esta distância não conseguimos distinguir nenhuma, fica o desafio…
Pedra Furada da Faifa
A Pedra Furada é um enorme bloco granítico com cerca de 5,5 metros de altura, junto à EN321, que foi sendo esculpido pela natureza, de forma espectacular.
E quem é que pára para tirar uma foto a um calhau furado? Nós, carago!
Gralheira
A aldeia da Gralheira, também conhecida antigamente como “princesa da serra” por ser a mais desenvolvida das redondezas, é uma das mais altas de Portugal, encontrando-se a uma altitude de 1105 metros. Integrada na paisagem granítica da serra do Montemuro, a aldeia da Gralheira apresenta uma arquitectura tradicional serrana, dominada pelo granito.
Aqui chegamos a meio da tarde para almoçar no restaurante da aldeia, valeu nos a quiche e as bolachas trazidas de casa, ou rapávamos fome. Este percurso desenhado por nós, tem uma lacuna grande, a falta de restaurantes. Mentimos, encontramos um em direcção à Foz do Cabril. Mas o homem estava a meditar enquanto lavava os copos e canecas, e não atendia ninguém.
Pratos tradicionais são o cabrito assado, a posta de vitela arouquesa e o famoso cozido à portuguesa….Comemos uma pizza…já sabemos, somos doidos.
Penedo da Saúde
O Penedo da Saúde localiza-se junto à da aldeia da Gralheira. É composto por três blocos graníticos, sendo que um deles, de maior dimensão, assenta sobre os outros dois. Dizem os antigos que a sombra proporcionada pelo penedo tem propriedades curativas.
Vale de Papas
Vale de Papas é uma aldeia ancestral que ainda preserva grande parte da sua arquitectura, onde inclui casas de granito, algumas ainda cobertas de colmo, eiras e espigueiros e fontanários de água pura.
Nota-se que houve investimento para renascer a aldeia, mas parece que o projecto não ficou completo.
Aldeia é ainda habitada por gente genuína, com os quais ainda estivemos a dar dois dedos de conversa, e nos falaram das amarguras da vida e do abandono da aldeia. Gente boa e dura, que ao fim nos convidam para comer e beber, coisa que declinamos que já sabemos que o vinho nestas bandas é forte, e o UMM anda a dar muitos coices ultimamente…
Campo Benfeito
Campo Benfeito é uma aldeia típica de montanha, a cerca de 1.030m de altitude. A ideia principal era visitar as Capuchinhas, cooperativa que dedica se a manter viva a arte artesanal de tecer no tear o linho e o burel e de onde saem peças de vestuário únicas. Azar o nosso, estava fechado.
Ficamos pela visita à aldeia, que inclui a sua bonita Igreja, o fontanário e o Pelourinho de Campo Benfeito. Semelhante às anteriores, esta aldeia também apresenta um traço tradicional em granito e está integrada na rede de Aldeias de Portugal.
Planalto do Balsemão
O planalto do Balsemão é muito extenso, com lameiros rodeados de muros de pedra, floresta natural e pastagens. Local onde a simbiose homem e natureza é perfeita, uma das mais belas paisagens humanizadas de Portugal.
Mata do Bugalhão
Para finalizar o dia passamos pela Mata do Bugalhão, que é uma impressionante floresta, composta por carvalhos e castanheiros centenários, com uma área aproximada de 200 ha. Localiza-se na encosta sul da serra do Montemuro, logo a seguir a aldeia de Picão, em Castro Daire.
As árvores nesta altura estão despidas, mas mesmo assim é uma beleza. Local aponte nos nossos favoritos para voltar na Primavera ou Outono.
Daqui seguimos por caminho de cabras, em direcção a Ermida do Paiva para apanhar a N225, aos carros ligeiros aconselhamos voltar para trás, e contornar pela Aldeia do Picão em direcção a Castro Daire.
Capela de Santa Helena
O Monte de Santa Helena, fica situado na Freguesia de Várzea da Serra. No cimo do monte, onde tem a área de lazer, existe uma Capela, e um altar.
Curiosidade do local, existe uma Lapa que supostamente serviu de habitação a uma única habitante daquela serra, de nome Carolina, uma espécie de eremita, que viveu e morreu naquele local, e onde o seu corpo foi sepultado. Existe uma passagem onde se pode ver o local. Faz lembrar o São Macário.
As festas são no segundo domingo de Julho e duram 9 dias, ah festa rija!
Várzea da Serra
No início, não éramos para parar nesta Aldeia. Não parecia haver pontos de interesse suficientes para valer a paragem. No entanto, como nossos planos nunca correm conforme nós queremos, lá teve que ser. E a dizer a verdade, ficamos surpreendidos. A imponência da Igreja Matriz vale a paragem.
Aldeia do Codeçal
A Aldeia do Codeçal é uma aldeia localizada bem no coração da serra do Montemuro, e que tem vindo a ver as suas casas a serem restauradas e transformadas em alojamentos turísticos. Está se a tornar aos poucos numa aldeia bonita, num local sossegado.
Aldeia da Anta
A Aldeia de Anta ou Anta de Mazes, pertence à freguesia de Lazarim, em Lamego. Encontra-se hoje em dia totalmente desabitada, embora algumas casas, em granito, ainda se mantenham em relativo bom estado de conservação.
Ao visitar, encontramos um senhor de Mazes, que nasceu na aldeia e nos contou um pouco da sua história na aldeia. Aldeia muito viva naqueles tempos, e que aos poucos foi perdendo as suas gentes, descendo para a Aldeia de Mazes, onde o clima era mais ameno.
Ao pesquisar sobre a aldeia, encontramos um artigo no Público, onde fala da última moradora da Aldeia da Anta.
Segundo o senhor que encontramos, há um empresário que quer voltar a dar vida a aldeia, tornando-a num ponto turístico, restaurando as casas e tornando-as em alojamento para turistas, criando também um restaurante. Esse empresário inclusive já comprou bastantes casas, e a aldeia em frente a Anta. No entanto, o seu projecto de reabilitação, não teve o acordo nem da Junta de Freguesia e nem da Câmara, mas não sabemos qual o motivo da nega.
O caminho para a Aldeia da Anta é bastante mau. Algo similar ao acesso a Drave, sendo apenas confortável indo de 4×4.
Lazarim
E agora, Lazarim, aldeia próxima de Lamego, e situada na Serra de Montemuro, onde celebra-se o carnaval, que é considerado um dos Entrudos mais genuínos de Portugal.
Carnaval esse, que em vez das raparigas em bikini a sambar pela rua abaixo, tem como principal atractivo, os demónios e figuras grotescas, de preferência de cornos bicudos, chamados de Caretos.
Os Caretos conjugam o uso das máscaras com guarda-roupa muito peculiar, como por exemplo, fatos de palha, barbas de milho, folhas secas e trapos velhos, complementados por cajados, ou outros utensílios da lavoura. Ao ler mais um pouco sobre o assunto, soubemos que noutros tempos, eram um pouco mais reguilas no seu comportamento e no que toca as fatiotas, visto que eram decoradas com cobras, salamandras e ratos mortos. Já as Senhoritas, Caretos no feminino, no antigamente, costumavam passear-se com cestos de palha, cheios de farelo de milho, farinha e ovos podres, destinados a serem lançados a cara de quem não gostavam…ou a quem lhes apetecia.
Suspeita-se que a tradição dos Caretos tenha raízes célticas, de um período pré-romano, ligadas a cultos celtas, ao solstício de inverno…como também podia ser ao da fertilidade.
As máscaras de Lazarim, também incluída na designação de Máscara Ibérica são uma arte de raiz tradicional, realizadas em madeira de amieiro, e que hoje são três os artesãos principais actualmente em actividade em Lazarim.
Após o choque e o convívio com os Caretos pelas ruas De Lazarim, vem o tema subjacente ao Carnaval de Lazarim, que é durante 2 horas, a lavagem de roupa suja entre os habitantes da Aldeia. Bem, vale tudo, menos arrancar olhos. Aquilo que é a rivalidade dos sexos, dos filhos da terra, escala muito rapidamente para uma guerra de mal dizeres capaz de envergonhar qualquer pessoa no público, fará a pessoa alvejada. Acho que se fosse habitante da Aldeia, escondia-me o ano todo numa caverna para ninguém dar por mim, e pouparem-me nos mal dizeres.
Este ano, o porta-voz dos rapazes engasgou-se várias vezes, e dando a vitória as raparigas. Vê-se logo que não limpou as cordas vocais com uma vinhaça antes do discurso.
Depois da lavagem da roupa, é tempo dos petardos. Não é festa sem petardos. Pegam no compadre e na comadre, que são bonecos de trapos, com uns petardos amarrados a eles e PUMM, até lhes salta a cabeça, para delírio dos Caretos. E depois, mais uma investida dos bombos pelas ruas abaixo. Também não é festa rija sem bombos. Adoramos o rufar dos bombos.
Depois disto tudo, ainda preferem um carnaval importado do Brasil?
Já sabem, para o ano há mais. Convém é ir cedo porque senão, para além de andar lá com os Caretos, ainda metem uns quilómetros a pé até ao centro da Aldeia, visto que cortam as ruas, e só há 2 acessos a mesma.
Resumindo e concluindo!
E pronto! Espero que tenham gostado de mais um percurso made in Umma Volta.
Mais uma vez, sobrestimamos as nossas capacidades, e tivemos panos para mangas, sendo que fomos adaptando o percurso ao longo do dia, eliminando alguns pontos como a Ponte da Panchorra… Não houve pachorra para a ponte da Panchorra ehehe.
Estejam à vontade para comentar e realizar as perguntas que acharem necessárias para prepararem a vosso passeio!
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